Festival Sesc Melhores Filmes - 45º edição premia os favoritos

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Na noite de ontem (10/04) aconteceu o 45º Festival Sesc de Melhores Filmes, que premia os melhores filmes que passaram no circuito nacional no ano anterior, tanto nacionais quanto internacionais. O que mais difere essa premiação da maioria é que ela conta com as categorias clássicas, porém, com vencedores em uma votação de críticos e de público.

Premiação do Festival Sesc Melhores Filmes

A premiação do Festival Sesc foi apresentado por Camila Márdila. Em um primeiro momento ela indicou os vencedores dos filmes estrangeiros. O prêmio de Melhor Atriz ficou com Frances McDormand (Três Anúncios para um Crime) pela escolha dos críticos e para Yalitza Aparicio (Roma) pela escolha do público. Já para Melhor Ator, a crítica escolheu Daniel Day Lewis (Trama Fantasma) e o público premiou John David Washington (Infiltrado na Klan). Por fim Melhor Filme e Melhor Direção foram arrebatados - tanto para a crítica quanto para o público - por Alfonso Cuarón e seu filme Roma.
fonte: https://melhoresfilmes.sescsp.org.br/sobre-todas-as-formas-de-homenagear-o-cinema/
Posteriormente tivemos a premiação do Festival Sesc aos filmes nacionais. Para quem anda por fora das novidades do cinema brasileiro este é um ótimo momento para se atualizar.
Começamos por Melhor Documentário : O Processo, dirigido por Maria Augusta Ramos, foi eleito tanto por crítica quanto pelo público. Sua temática política levou a manifestações durante a premiação. Enquanto grande parte do auditório ovacionava o ganhador houveram reações contrárias. O motivo foram os gritos de "Lula Livre" por parte da audiência o discurso de agradecimento politizado das premiadas.

Vencedores Crítica

Fonte: https://melhoresfilmes.sescsp.org.br/sobre-todas-as-formas-de-homenagear-o-cinema/

Em seguida tivemos a premiação de Melhor Fotografia. Nesta a crítica elegeu o filme As Boas Maneiras. Um thriller dirigido por Juliana Rojas e Marco Dutra que conta com Marjorie Estiano no elenco.
A premiação saiu um pouco do formato tradicional de apresentar os vencedores para crítica e público dentro de cada categoria. A razão foi que um filme em específico levou vários prêmios. Assim, escolheram chamá-lo de uma única vez ao final para receber todos.
Ainda segundo a crítica, Melhor Roteiro e Melhor Atriz ficaram com o filme Benzinho pela roteirização e atuação de Karine Teles. Já Melhor Ator, Melhor Direção e Melhor Filme ficaram com o filme Arábia, com o ator Aristides de Souza e os diretores Affonso Uchoa e João Dumas.

Vencedores Público

Fonte: https://melhoresfilmes.sescsp.org.br/sobre-todas-as-formas-de-homenagear-o-cinema/

Mas, para a votação do público, os vencedores foram outros.
Murilo Benício levou a estatueta como Melhor Ator pelo suspense O Animal Cordial, dirigido por Gabriela Amaral Almeida.
Finalmente, chegamos ao filme dito no começo que levou vários prêmios. O público decidiu que O Beijo no Asfalto era merecedor de levar os prêmios de Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Direção, Melhor Roteiro e Melhor Atriz! Essa produção é uma adaptação de uma peça de Nelson Rodrigues e foi dirigido por Murilo Benicio com atuação de Debora Falabella.
Todos os premiados fizeram discursos politizados e muito voltados a importância do investimento em produções culturais nacionais. Principalmente pelas ameaças de cortes na área tanto em setores estaduais quanto nacionais.

Prés-estréia Los Silencios

Para fechar a noite aconteceu a abertura da Mostra do Festival Sesc Melhores Filmes com a pré-estréia de Los Silencios. A produção é dirigida por Beatriz Seigner e foi uma parceria entre Brasil, Colômbia e França.
De hoje (11/04) até 01/05 serão exibidos não apenas os filmes vencedores mas um total de 48 longas que se destacaram em 2018. Veja a programação aqui. Depois a mostra seguirá para unidades do interior de São Paulo, ficando em exibição até 08/06.
Los Silencios conta história de uma mãe, Amparo, que está fugindo da Colômbia por conta dos conflitos armados. Na tríplice fronteira entre Colômbia, Peru e Brasil, ela se abriga em uma ilha para se proteger de retaliações pelo marido ativista enquanto busca uma indenização por sua suposta morte.
O filme segue no ritmo do local, sem pressa. Apesar do tema pesado e tenso, as cenas são pacíficas e tranquilas. Ainda assim, toda a história é cercada de uma angústia constante. A trama une poesia e conscientização, trazendo questões sociais de forma bela para o público. Apesar da falta da prova imagética dos conflitos que são contados, as consequências são relatadas através de um jogo de cores crucial para a compreensão da trama.
Afirmo sem ter certeza, mas acredito que o elenco seja em sua maioria composto por não atores. Isso que traz um realismo muito interessante a história.

Pode talvez ser um filme arrastado para alguns por fugir dos padrões comerciais, mas se trata de uma obra para ser admirada com os sentidos.

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