gênero: Policial, Biografia
duração: 02h 15 min
ano de lançamento: 2018
estúdio: 40 Acres & A Mule Filmworks, Universal Pictures
direção: Spike Lee
roteiro: Charlie Wachtel, David Rabinowitz, Kevin Willmott, Spike Lee, Ron Stallworth
fotografia: Chayse Irvin
direção de arte: Marci Mudd
Década de 1970, Robert Stallworth é o primeiro negro a ingressar na polícia de uma pequena cidade do Colorado. Procurando se destacar dentro do departamento em que trabalhava ele se infiltra na Ku Klux Klan, movimento extremista racista. Faz os contatos por telefone enquanto seu colega de departamento Flip, um judeu, participa dos encontros pessoais se passando por ele. Depois de uns meses ele acba se tornando uma figura líder dentro do movimento.
Antes de qualquer coisa acho importante quem for assistir saber que o filme é baseado em fatos reais. Eu assisti sem saber e isso deu uma grande diferença na minha interpretação sobre o filme. Pois ao assistir achando que era uma obra ficcional vi vários furos na história, só ao final, ao descobrir sua estrutura real os tais "buracos" fizeram sentido, porque a vida não tem um desenrolar redondo e perfeito.
Tendo isso em vista, vamos à história. É muito interessante observar o local em que o personagem Robert Stallworth se encontra na trama, dentro da polícia ele precisa se provar duas vezes mais por ser negro, não se encaixa completamente, mas ao mesmo tempo ele também não se encontra dentro dos movimentos negros. Essa falta de lugar é interpretada de forma clara e simples por John David Washington, inclusive não entendo por quê ele não está concorrendo ao Oscar e Adam Driver está. Não tirando o mérito do trabalho de Adam, mas vejo as duas atuações em um mesmo nível, os trabalhos não estariam no patamar que se encontram nesse filme se não se complementassem.
Outra questão é a direção de Spike Lee. Quem conhece seu trabalho sabe como ele costuma trabalhar a questão do racismo com frequência em seus trabalhos e de forma contundente e de certa forma divertida ao mesmo tempo. Ele tem uma crítica forte através do deboche. Pela situação inusitada do roteiro esperava mais deboche da parte dele, o que é presente sim, mas vem com mais força nas cenas finais do filme só.
Dentro das atuações queria também dar destaque a trabalho de Jasper Pääkkönen, que faz um redneck perfeito.
Por fim, senti o filme Infiltrado na Klan com uma pegada mais leve do que deveria ter, o tema é pesado e talvez merecesse um aprofundamento maior do que teve. Ainda assim, dos que vi até o momento indicados ao Oscar, com certeza esse é um dos melhores e com mais consistência, não apenas uma história bonita e facilmente esquecível.
CLASSIFICAÇÃO: ÓTIMO
Poster e Ficha Técnica: IMDb
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