As Boas Maneiras

poster filme as boas maneiras
gênero: Terror, Fantasia
duração: 2h 15 min
ano de lançamento: 2017
estúdio: Canal+, Centre National du Cinéma et de L'image Animée (CNC)
direção: Marco Dutra, Juliana Rojas
roteiro: Marco Dutra, Juliana Rojas
fotografia: Rui Poças
direção de arte: Fernando Zuccolotto


Ana contrata Clara para ser babá do seu filho que está para nascer, mas solicita que ela fique como empregada antes do parto. Conforme a gravidez avança, Ana passa a apresentar comportamentos estranhos que vão, cada vez mais, afetando a vida de Clara.

De alguns anos para cá vem havendo uma onda crescente de filmes de terror na cena nacional. Confesso que a princípio achei estranho, mas decidi dar uma chance quando fui ao Festival Sesc Melhores Filmes este ano e vi As Boas Maneiras concorrendo - fiquei curiosa.

Podemos dividir o filme em dois atos. O primeiro, da gestação, se desenvolve muito bem. Marjorie Estiano e Isabél Zuaa constroem uma tensão muito interessante entre suas personagens, apesar de eu achar completamente desnecessário para o enredo [SPOILER/] a cena de sexo entre elas - o que seria igualmente aleatório se fosse um casal hétero. [\SPOILER]

O silêncio também é um artifício muito útil e enriquecedor para o suspense do filme. O que pode deixar o desenvolvimento monótono em outros casos, aqui, foi uma ferramenta primordial.

Porém, no segundo ato, quando o bebê nasce, as coisas começam a ruir. Sim, trabalhar com elenco infantil é complicado - ainda mais em um filme com essa temática - e, infelizmente, o pequeno Miguel Lobo não dá conta completamente da responsabilidade que caiu em seu colo. Ainda assim, a computação gráfica utilizada para criar o pequeno lobisomem é bem feita - muito acima do que estava esperando.

Voltando ao roteiro, além da trama começar a ficar forçada em alguns sentidos - como ela construiu aquele quarto em um barraco sem a vizinha de baixo nunca ter percebido nada? - o enredo começa a colocar informações que poderiam enriquecer a trama e acabam sendo usados de forma superficial. Toda a situação de querer benzer o menino para livrá-lo do mal e as referências à Frankenstein poderiam ter sido melhor desenvolvidos.

Ainda assim, até esse momento estava razoavelmente satisfeita com esse meu primeiro contato com um filme de terror nacional que utiliza de parte do folclore juntando a um estilo meio horror gore. Porém, entendo que o filme - ainda que não seja para ser levado a sério, afinal é uma fantasia - em alguns momentos acaba não dando crédito à inteligência do espectador, deixando pontos mal amarrados. Para finalizar vou dar um único exemplo, na cena final [SPOILER/] mãe e filho estão fechados no quartinho, que cenas antes vimos que o menino trancou a mãe dentro, por fora; a multidão invade a casa e fica batendo na porta e tentando arrombá-la - que seria facilmente aberta por eles. [\SPOILER]

Ainda assim, acredito ser um nicho que podemos crescer muito com a onda recente de filmes do gênero. Com certeza valeu a experiência.


CLASSIFICAÇÃO: REGULAR


Poster e Ficha Técnica: IMDb

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