gênero: Drama
duração: 1h 34 min
ano de lançamento: 2020
estúdio: Netflix
direção: George C. Wolfe
roteiro: Ruben Santiago-Hudson, August Wilson
fotografia: Tobias A. Schliessler
direção de arte: Mark Ricker
Chicago, 1927. Durante a gravação de um álbum de Ma Rainey, a mãe do blues, os ânimos se aquecem entre ela, os produtores e a banda.
Vou citar aqui de cara o que meu primo disse quando conversamos sobre o filme:
"A Voz Suprema do Blues veio para pegar Greenbook pela mão e dizer: é assim que se faz, tá?".
Nada está explícito mas tudo é sentido e vivido de forma crua e dura. O filme começa de forma leve e, dentro do possível, divertida para te deixar desarmado e impactar de forma contundente com o que virá adiante.
A história pode parecer rasa se olharmos de forma superficial. Pegamos a história da protagonista já pelo meio do caminho, na verdade quase no fim de sua carreira, não temos uma contextualização muito profunda sobre a época em que o filme passa. Mas acredito que o roteiro parta da premissa que o espectador tenha o mínimo de conhecimento sobre a história negra norte-americana ao assistir.
O que mais importa aqui é a história individual de cada personagem, que vemos sendo demonstrada através da personalidade de cada um, com a maneira como lidam com os brancos e com o racismo impregnado na sociedade. Cada personagem foi moldado e construído em cima das suas dores.
E é aqui que vemos a lógica do roteiro ser baseado na peça de August Wilson, mesmo autor da peça que deu origem ao filme "Um Limite Entre Nós". Mergulhamos profundamente nas dores desses personagens negros, em épocas distintas mas que poderiam ser facilmente nos dias atuais.
Por fim, temos um elenco de primeira, mas principalmente, Viola Davis e Chadwick Boseman fazendo miséria em seus papéis. Com Viola eu nem me surpreendo mais pois ela é uma rainha da interpretação. Mas Chadwick eu apenas conhecia como "Pantera Negra" e é de arrepiar ver como ele se entregou por completo neste último papel de sua vida.
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