Hiroshima, Meu Amor

título original: Hiroshima mon amour
gênero: Drama, Romance
duração: 2h 30 min
ano de lançamento: 1959
estúdio: Argos Films
direção: Alain Resnais
roteiro: Marguerite Duras
fotografia: Michio Takahashi, Sacha Vierny
direção de arte: Minoru Esaka, Lucilla Mussini, Mayo, Petri


Uma mulher francesa está em Hiroshima para a realização de um filme, durante as gravações ela se envolve com um arquiteto japonês. Essa relação reaviva em sua memória uma paixão que viveu com um alemão durante a guerra.

Se eu te disser que Hiroshima, Meu Amor praticamente só tem no enredo o casal de protagonistas dialogando você provavelmente imaginará que ele é cansativo e arrastado, porém não é bem por aí.

Seu começo, e em alguns momentos durante o decorrer, o filme traz imagens documentais de arquivo sobre a guerra, a bomba em Hiroshima e as consequências. Elas vão se fundindo a cenas do amor entre o casal principal até focar apenas neles.

A maneira como o roteiro decidiu intercalar a doçura do amor com os horrores da guerra por si só já é um ponto para chamar a atenção. Além disso, seu enredo vai sendo construído basicamente em cima de flashbacks que vão, aos poucos, revelando o passado da mulher e, consequentemente, construindo o presente.

Inclusive, tanto para a questão histórica quanto para a história de amor ficcional, é muito interessante como o filme constrói a importância da memória e de como o passado influencia o presente.

Para ajudar, Emmanuelle Riva e Eiji Okada conseguem expressar todo o sentimento daquele momento sem precisar de palavras, apenas com o olhar e gestos, o que deixa essa paixão ainda mais vívida e real.

E, para fechar, a fotografia amarra muito bem as pontas entre o documental e o ficcional com imagens de tirar o fôlego.

Se Hiroshima, Meu Amor não estivesse entre os "1001 filmes para ver antes de morrer" eu estranharia.


CLASSIFICAÇÃO: BOM


Pôster e Ficha Técnica: IMDb