gênero: Policial, Suspense
duração: 1h 35 min
ano de lançamento: 1946
estúdio: International Pictures (I)
direção: Orson Welles
roteiro: Anthony Veiller, Victor Trivas, Decla Dunning, Orson Welles, John Huston
fotografia: Russell Metty
direção de arte: Perry Ferguson
Charles Hankin é um professor em uma pequena cidade nos EUA. Porém, quando um implacável investigador aparece na região buscando um criminoso nazista ele terá que esconder sua identidade da sua esposa e tentar escapar.
O Estranho é um dos filmes menos conhecidos de Orson Welles, mas foi um projeto que chegou a ele como proposta a tentar fazer algo mais dentro dos padrões comerciais. Além disso, seu perfil antifascista encaixou-se muito bem a onda de filmes de perseguição a criminosos nazistas pós guerra.
Mesmo que os film noir já estivessem ganhando outros ares e se misturando a outros gêneros neste período, a forma como sua trama é conduzida e sua fotografia é construída já faz que mereça estar entre os "1001 filmes para ver antes de morrer".
O antagonista é carismático e sedutor; tendo construído muito bem sua camuflagem ao se passar por um professor e casar-se com a filha do juiz da Suprema Corte, ele só escorrega ao deixar seu hobby exposto e ao dar sua opinião sobre Marx: "ele não era alemão, era judeu".
A esposa, interpretada por Loretta Young, é a típica mocinha inocente, tola e apaixonada que se põe em risco por colocar o amor à frente da razão - talvez o ponto mais fraco do roteiro se olharmos com a visão dos dias atuais, mas com certeza o ponto responsável pelo roteiro conseguir seguir seu caminho até o clímax.
Falando nele, a cena na torre da igreja da pequena cidade traz um quê de "King Kong" e "Frankenstein". A perseguição da cidadezinha pacata ao vilão sempre funciona.
Por fim, a direção e fotografia deixam o roteiro ainda mais enigmático. A construção das sombras e o jogo de claro e escuro contam boa parte de história. Com certeza O Estranho é um filme, quase por completo, atemporal.
CLASSIFICAÇÃO: BOM
Poster e Ficha Técnica: IMDb
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