O Tambor

poster filme o tambor
título original: Die Blechtrommel
gênero: Drama, Guerra
duração: 2h 22 min
ano de lançamento: 1979
estúdio: Franz Seitz Filmproduktion
direção: Volker Schlöndorff
roteiro: Günter Grass, Jean-Claude Carrière, Volker Schlöndorff, Franz Seitz
fotografia: Igor Luther
direção de arte: Piotr Dudzinski, Zeljko Senecic


Oskar nasce quinze anos antes da Segunda Guerra Mundial. Onisciente de seu nascimento, decide parar de crescer quando ganha um tambor em seu terceiro aniversário. A partir da ótica infantil ele julga o comportamento adulto e acompanha a ascensão do nazismo.

Podemos ver esse filme como uma alegoria a infância, como a consciência moral de uma criança que enxerga a vida dos adultos e não quer ser conivente com aquilo - tanto com a obsessão pela sexualidade quanto pela ausência de consciência ou como os adultos foram permissivos com o Terceiro Reich.

Essa mistura de uma criança em uma vida de adultos me lembrou de certa forma "Pixote: A Lei do Mais Fraco". Inclusive, ambos os filmes estão entre os "1001 filmes para ver antes de morrer". Mas para por aí a semelhança.

Enquanto este último se prende muito a crueza da realidade, O Tambor trabalha com absurdos e exageros.

Sim, a crítica as escolhas feitas pelos adultos e suas consequências é muito válida. Porém, se o Oskar desejava fugir daquele padrão burguês de vida, se escolheu permanecer criança para não cometer os mesmos erros que os adultos, algumas sequências não fazem sentido.

E é aqui que ele se afasta completamente de Pixote. Enquanto nesse a criança é forçada a amadurecer pela dureza da vida nas ruas, em O Tambor vemos um menino que escolhe se manter criança mas somente na forma física, pois suas atitudes passam a ser de alguém em crescimento. Se a vida sexual dos adultos o enoja, não há coerência então em ele começar a praticá-las.

Dessa forma, por mais que a alegoria seja válida e construa uma boa crítica a uma sociedade em determinado espaço da história, algumas cenas são aleatórias e desnecessárias. Além do que, David Bennent tinha 12 anos quando participou desse filme, o que pode chocar um pouco mais.

Por fim, aturar durante mais de 2 horas o menino berrando e batendo o tambor não é das experiências mais agradáveis. É válido pela possibilidade de ver a Segunda Guerra de uma ótica experimental do Cinema Novo Alemão, mas não é um dos filmes mais fáceis de assistir.


CLASSIFICAÇÃO: REGULAR


Poster e Ficha Técnica: IMDb

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