gênero: Documentário
duração: 1h 11 min
ano de lançamento: 2019
estúdio: ELO Company & selo ELAS
direção: Paula Trabulsi
roteiro: Ana Sardinha, Paula Trabulsi
fotografia: Arnaldo Mesquita
Ana Thereza, ao ser tomada por um desejo arrebatador, vê o equilíbrio de sua vida ser desafiado. A personagem vem da obra não publicada "Banco de Memórias" de Ciça Azevedo e é o guia para que vário filósofos, pesquisadores, psicólogos, artistas e pesquisadores discorram sobre as várias faces do desejo em entrevistas.
Ao saber sobre o que o documentário falaria fiquei sem entender exatamente do que se tratava. Quando ele começa com cenas de Maria Fernanda Cândido interpretando Ana Thereza as coisas ficam um pouco mais difíceis de decifrar - qual o propósito do filme? Porém, conforme as entrevistas começam a se desenvolver as ideias vão entrando em ordem (que fique claro, a confusão desta autora durou o tempo de entrar na sala e os primeiros dois minutos por puro estranhamento com o formato e a proposta).
O debate introduzido é profundo, nomes como Clóvis de Barros Filho, Luiz Felipe Pondé, Péter Pal Pelbart trazem conceitos teóricos sobre o desejo desde a mitologia grega e Aristóteles até Schopenhauer e Espinoza.
Os artistas Constanza Pascolato, Nina Pandolfo e José Miguel Wisnik puxam mais o assunto para a área da expressão artística, como esse desejo é exposto por eles. E os psicoterapeutas André Trindade e Rosenberg levam a interpretação do desejo para as reações comportamentais que ele gera.
Por fim, temos um certo alívio na análise com Marilu Beer e Alexandre Cumino que expõem sua interpretação pessoal e intuitiva do desejo com relatos leves e divertidos.
Ainda dentro da análise, porém fazendo a ponte com a parte ficcional, Ciça Azevedo relata seu processo de criação de Ana Thereza conjuntamente com o que ela entende do desejo.
Para os muito apegados as verdades de um documentário talvez os intervalos de ficção com a história de Ana Thereza possam incomodar, e sim, enquanto conteúdo teórico não acrescentam muito. Entretanto, trazem uma quebra na discussão densa construída pelos entrevistados e ainda dão espaço para um trabalho imagético mais artístico dentro da produção.
O Incerto Lugar do Desejo também brinca com o clássico fundo neutro atrás dos entrevistados, mas que se revela apenas uma parte do todo, trazendo vários elementos de cada um dos participantes ao seu redor, o que de certa forma revela parte dos desejos destes.
O trabalho de som é agradável e ajuda a conduzir de forma leve o tema tão incorpado, além de direcionar as transições de partes de maneira quase orgânica.
Saí do lançamento direto para a exposição de fotos e o lançamento do livro, que ocorriam também no Petra Belas Artes, com a certeza que precisaria assistir mais algumas vezes para conseguir absorver todo aquele conteúdo rico que acabara de ver. Para minha surpresa, o livro era a transcrição das entrevistas. Fica a dica para quem se interessar e no link abaixo há muitas outras informações a mais.
CLASSIFICAÇÃO: ÓTIMO
Poster e Ficha Técnica: Linha do Desejo
duração: 1h 11 min
ano de lançamento: 2019
estúdio: ELO Company & selo ELAS
direção: Paula Trabulsi
roteiro: Ana Sardinha, Paula Trabulsi
fotografia: Arnaldo Mesquita
Ana Thereza, ao ser tomada por um desejo arrebatador, vê o equilíbrio de sua vida ser desafiado. A personagem vem da obra não publicada "Banco de Memórias" de Ciça Azevedo e é o guia para que vário filósofos, pesquisadores, psicólogos, artistas e pesquisadores discorram sobre as várias faces do desejo em entrevistas.
Ao saber sobre o que o documentário falaria fiquei sem entender exatamente do que se tratava. Quando ele começa com cenas de Maria Fernanda Cândido interpretando Ana Thereza as coisas ficam um pouco mais difíceis de decifrar - qual o propósito do filme? Porém, conforme as entrevistas começam a se desenvolver as ideias vão entrando em ordem (que fique claro, a confusão desta autora durou o tempo de entrar na sala e os primeiros dois minutos por puro estranhamento com o formato e a proposta).
O debate introduzido é profundo, nomes como Clóvis de Barros Filho, Luiz Felipe Pondé, Péter Pal Pelbart trazem conceitos teóricos sobre o desejo desde a mitologia grega e Aristóteles até Schopenhauer e Espinoza.
Os artistas Constanza Pascolato, Nina Pandolfo e José Miguel Wisnik puxam mais o assunto para a área da expressão artística, como esse desejo é exposto por eles. E os psicoterapeutas André Trindade e Rosenberg levam a interpretação do desejo para as reações comportamentais que ele gera.
Por fim, temos um certo alívio na análise com Marilu Beer e Alexandre Cumino que expõem sua interpretação pessoal e intuitiva do desejo com relatos leves e divertidos.
Ainda dentro da análise, porém fazendo a ponte com a parte ficcional, Ciça Azevedo relata seu processo de criação de Ana Thereza conjuntamente com o que ela entende do desejo.
Para os muito apegados as verdades de um documentário talvez os intervalos de ficção com a história de Ana Thereza possam incomodar, e sim, enquanto conteúdo teórico não acrescentam muito. Entretanto, trazem uma quebra na discussão densa construída pelos entrevistados e ainda dão espaço para um trabalho imagético mais artístico dentro da produção.
O Incerto Lugar do Desejo também brinca com o clássico fundo neutro atrás dos entrevistados, mas que se revela apenas uma parte do todo, trazendo vários elementos de cada um dos participantes ao seu redor, o que de certa forma revela parte dos desejos destes.
O trabalho de som é agradável e ajuda a conduzir de forma leve o tema tão incorpado, além de direcionar as transições de partes de maneira quase orgânica.
Saí do lançamento direto para a exposição de fotos e o lançamento do livro, que ocorriam também no Petra Belas Artes, com a certeza que precisaria assistir mais algumas vezes para conseguir absorver todo aquele conteúdo rico que acabara de ver. Para minha surpresa, o livro era a transcrição das entrevistas. Fica a dica para quem se interessar e no link abaixo há muitas outras informações a mais.
CLASSIFICAÇÃO: ÓTIMO
Poster e Ficha Técnica: Linha do Desejo
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