Eles Não Usam Black-Tie

poster filme eles não usam black-tie
gênero: Drama
duração: 2h
ano de lançamento: 1981
estúdio: Embrafilme
direção: Leon Hirszman
roteiro: Gianfrancesco Guarnieri, Leon Hirszman
fotografia: Lauro Escorel
direção de arte: Jefferson Albuquerque, Francisco Osório, Marcos Weinstock


1980, São Paulo. Tião, um operário, decide se casar as pressas com Maria ao descobrirem que está grávida. Em paralelo inicia-se um movimento de greve na metalurgia. Preocupado em perder o emprego Tião fura a greve e entra em confronto com o pai, militante sindical que passou 3 anos preso durante a ditadura militar.

A peça na qual o filme foi baseado teve sua primeira montagem em 1958, escrita pelo também ator Gianfrancesco Guarnieri. Levada às telas mais de 20 anos depois ela não envelheceu em nada. Digo mais, a assistindo hoje - 2019 - continua intacta.

A contextualização dentro do cenário da sindicância no setor da metalurgia foi escolhido pelo diretor enxergar no que vinha acontecendo no ABC paulista na época como o cenário perfeito para a nova montagem.

O mais interessante aqui é observar que o protagonista, Tião, apesar de fura-greve não é vilanizado. Seus motivos para ir contra as origens do pai são bem construídos e justificados. A trama toda deixa claro não haver lado do bem ou mal nessa história, o grande vilão é a situação social do país.

Sim, tendo em vista a qualidade do cinema nacional talvez o som e a imagem não acompanhassem ainda os níveis dos cinemas internacionais. Mas isso não impediu que esse filme ganhasse todos os prêmios e destaques devidamente merecidos.

Como já disse o roteiro é cru e necessário. Narra parte da nossa história e nossa realidade, que pode ser de 30 anos atrás como dos tempos atuais.

Além disso o elenco é de primeira linha. Gianfrancesco Guarnieri te faz comprar a pauta e a luta, Francisco Milani mostra o lado mais radical do movimento, Fernanda Montenegro é o grande elo central que - apesar de apenas uma dona de casa - é a mais sensata e que consegue ponderar tudo. Até mesmo Carlos Alberto Riccelli, que diria ser o mais fraco aqui, veste a camisa de Tião e seu argumento.

Uma pérola do cinema brasileiro que deve ser vista por toda a população e necessita continuar sempre viva na nossa cultura por sua importância como arte e como história de um país. Depois de tudo isso é óbvio que ele está entre os "1001 filmes para ver antes de morrer", não é?


CLASSIFICAÇÃO: MARAVILHOSO


Poster e Ficha Técnica: IMDb

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