Ran

poster filme ran
título original: Ran
gênero: Épico, Drama
duração: 2h 42 min
ano de lançamento: 1985
estúdio: Greenwich Film Productions
direção: Akira Kurosawa
roteiro: Akira Kurosawa, Hideo Oguni, Masato Ide, William Shakespeare
fotografia: Asakazu Nakai, Takao Saitô, Shôji Ueda
direção de arte: Shinobu Muraki, Yoshirô Muraki

Século XVI, Japão. O chefe do clã Ichimonjis, Hidetora, decide dividir seus bens entre seus três filhos. Porém, Hidetora exige viver nos castelos dos filhos, manter seus homens e seu título, o que causa discórdia entre ele e sua família.

Esse filme é uma adaptação de Rei Lear de Shakespeare unida a uma lenda japonesa sobre três flechas. Essa mescla muda o rumo da história de uma purificação pessoal para a busca de vingança.

Como quem já acompanha o blog sabe bem não sou muito fã de cinema japonês, mas se está no "1001 filmes para ver antes de morrer" eu assisto. E Akira Kurosawa é o maior nome do cinema japonês, asiático e mundial. Portanto, quase toda a sua produção se encontra no livro, essa principalmente.

Akira realizou esse filme com 75 anos, pensem na bagagem cultural e artística que tinha então. Muitos considerem esse o melhor filme de sua carreira.

Entendo o porquê: as cenas de luta são quase um ballet de tão bem coreografadas, não há uma só imagem no filme que não impressione por sua beleza fotográfica e o ótimo uso das cores.

A trilha sonora é delicada, utilizando muito da flauta de bambu japonesa e usando bem do silêncio em momentos essenciais como as batalhas (o que a princípio pode parecer estranho para quem está acostumado a cenas cheias de explosões).

Outro ponto alto é a maquiagem. Tatsuya Nakadai, que na época do filme devia ter por volta de 50 anos, foi transformado em um idoso com uma maquiagem exagerada e bem teatral - o que convém muito a um filme baseado em Shakespeare e que me lembrou também a maquiagem usada no estilo de dança Butoh.

Como disse lá em cima não sou muito fã do cinema japonês e - mesmo sendo coerente nesse caso - a atuação exagerada me incomoda. Se aproxima do teatral, o que condiz com a trama, mas não é algo como os mexicanos fazem por exemplo. Acho que me incomoda por não parecer estar de acordo com a cultura japonesa que ganha o mundo como sendo contida e discreta.

Sem dúvida é um filme arte, para degustação. Talvez, inclusive seja interessante fazer em partes. Como falam no 1001 ao assistir esse filme "o tempo para", e tenho que concordar mas por outra razão. A trama é lenta e arrastada e, com quase 3 horas de duração, parece que nunca acaba. Por isso seja bom assistir aos poucos para aproveitar bem, se não pode acontecer como foi comigo: vai chegar um momento que estará exausto por mais bonito e obra prima que o filme seja.


CLASSIFICAÇÃO: BOM


Poster e Ficha Técnica: IMDb


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