Gigi

poster filme gigi
título original: Gigi
gênero: Comédia, Musical
duração: 1h 55 min
ano de lançamento: 1958
estúdio: Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
direção: Vincente Minnelli
roteiro: Alan Jay Lerner, Colette, Niven Busch
fotografia: Joseph Ruttenberg, Georges Barsky, Ray June
direção de arte: Cecil Beaton


Gaston é um dos homens mais cobiçados da elite parisiense, Gigi é uma garota criada pela avó e ela tia-avó para ser uma dama da aristocracia. Gaston conhece Gigi desde menina, mas em um determinado momento começa a se sentir atraído por ela.

Primeiro ponto a se levantar, coloquei na resenha "dama da aristocracia" pois assim é determinado em vários lugares onde busquei referências. Na verdade, a garota é treinada para ser cortesã. E aqui começam os problemas.

Acredito que para ver um filme de época é obrigatório entender a cultura e situação histórica do momento daquele filme. Afinal, se não fosse assim, seria impossível assistir "O Nascimento de uma Nação" e ver sua importância para o cinema. E foi então, assim que fui assistir mais esse filme dos "1001 filmes para ver antes de morrer".

Entretanto, foi muito difícil assistir a Gigi e passar pano para a misoginia e pedofilia latentes no roteiro. Tudo bem, Leslie Caron já tinha 27 anos quando interpretou a protagonista desse filme. Ainda assim, é uma garota na faixa dos 13 aos 16 anos sendo treinada para ser acompanhante de homens ricos.

Além disso, numa das primeiras sequências musicais do filme temos Maurice Chevalier cantando "Thank Heaven For Little Girls" que, resumidamente, é uma cena onde ele está em um parque observando meninas por volta dos seus 5 a 10 anos brincando e cantando agradecendo por elas existirem, pois vê naqueles olhares inocentes as mulheres lindas e sedutoras que se tornarão.

Eu me recuso a aceitar que, as vésperas dos anos 1960 nos EUA, era aceitável um senhor sexualizar crianças (por mais que o filme se passe ainda no século XIX). Também há a questão do personagem de Louis Jourdan ser um adulto que conhece Gigi desde a infância e que, em determinado momento, se apaixona pela pré-adolescente.

Outro ponto que me incomodou muito foi quando os dois personagens masculinos principais comemoram o primeiro suicídio de uma mulher por causa de sua paixão por Gaston. Acho que não preciso dizer mais nada, né?

Mas vamos fingir que ignorei todos os pontos acima.

Esse foi o primeiro filme ao bater o recorde de estatuetas ganhados por "... E o Vento Levou". Entre eles de Melhor Filme, onde concorria com "Gata Em Teto de Zinco Quente".

A fotografia é um deleite aos olhos, por mais que cheio de technicolor, as cores são muito bem trabalhadas e deixam todo o filme alegre. Também o figurino é de encher os olhos, claramente cada detalhe foi pensado com muito cuidado. Ainda que eu questione as letras, as músicas são bem desenvolvidas e daquelas que grudam na cabeça - como devem ser musicais. Nessas categorias concordo plenamente com sua premiação.

Todo o elenco trabalha muito bem também - mesmo nos seus aspectos mais desprezíveis. Inclusive, é impressionante como Leslie Caron passa facilmente por uma garota na pré-adolescência.

Existem muitos outros trabalhos que lidam com prostituição na adolescência, hipersexualização de mulheres, pedofilia - a questão é o tom dado à temática e aqui foi escolhido o de parecer ser algo legal e aceitável. Talvez se fosse refilmado hoje em dia veríamos algo bem diferente. Mas no todo, infelizmente, é um filme datado.


CLASSIFICAÇÃO: REGULAR


Poster e Ficha Técnica: IMDb

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