gênero: Drama
duração: 112 min
ano de lançamento: 2015
estúdio: Gullane Filmes
direção: Anna Muylaert
roteiro: Anna Muylaert
fotografia: Barbara Alvarez
Val é uma pernambucana que veio para São Paulo ganhar a vida deixando sua filha, Jéssica, lá. Ela passa a morar na casa dos patrões, onde é doméstica e babá do filho do casal, Fabinho. Anos depois sua filha lhe procura para ir a São Paulo prestar vestibular; os patrões de Val a aceitam em casa de braços abertos, até a menina começar a quebrar os protocolos.
São poucos os filmes que me fazem ir mais de uma vez ao cinema, esse foi um deles. E caso mais alguém me chamasse acho que iria de novo.
Para alguns talvez qualidade de fotografia ou de som não sejam os melhores como na maioria dos filmes nacionais; para mim, nesse casso, é construído de maneira sutil o suficiente para acompanhar uma trama supostamente simples mas muito densa.
O filme todo é muito sutil, para aqueles que talvez não entendam (ou não queiram entender) pode até parecer uma comédia, mas com certeza não é. Sim, existem cenas de alívio cômica, mas a tendência é a cada momento a trama ir levando o espectador para situações de incômodo e algumas vezes a vestir a carapuça.
O roteiro questiona posições de classes e como está muitas vezes implícito que alguém deve agir de uma maneira ou de outra, tão implícito que o filme muitas vezes nos dá tapas na cara em situações que nunca havíamos percebido o quanto são absurdas. Claro que para muitos, assim como eu, a família representada é um pouco caricata, por não pertencermos a mesma classe que eles, mas existem pessoas assim que não se levantam nem para pegar um copo d'água.
Jéssica, interpretada de maneira incrível por Camila Márdila, veio pra quebrar paradigmas, questionar e nos mostrar o que não queremos enxergar: o Brasil ainda vive em um Apartheid. E ela traz à tona o preconceito enrustido em muitos, assim como aconteceu com Dona Bárbara, vi pessoas no cinema a chamando de "cabeça dura","teimosa" e afins.
Por fim, Regina Casé está estupenda e extremamente realista como Val, tão acostumada a "se por em seu lugar" que não enxerga o quanto isso é errado.
Chorei, senti raiva e me emocionei em tantas partes do filme que não consigo destacar apenas uma cena, mas todo o filme é uma obra prima.
CLASSIFICAÇÃO: MARAVILHOSO
Poster e Ficha Técnica: IMDb
duração: 112 min
ano de lançamento: 2015
estúdio: Gullane Filmes
direção: Anna Muylaert
roteiro: Anna Muylaert
fotografia: Barbara Alvarez
Val é uma pernambucana que veio para São Paulo ganhar a vida deixando sua filha, Jéssica, lá. Ela passa a morar na casa dos patrões, onde é doméstica e babá do filho do casal, Fabinho. Anos depois sua filha lhe procura para ir a São Paulo prestar vestibular; os patrões de Val a aceitam em casa de braços abertos, até a menina começar a quebrar os protocolos.
São poucos os filmes que me fazem ir mais de uma vez ao cinema, esse foi um deles. E caso mais alguém me chamasse acho que iria de novo.
Para alguns talvez qualidade de fotografia ou de som não sejam os melhores como na maioria dos filmes nacionais; para mim, nesse casso, é construído de maneira sutil o suficiente para acompanhar uma trama supostamente simples mas muito densa.
O filme todo é muito sutil, para aqueles que talvez não entendam (ou não queiram entender) pode até parecer uma comédia, mas com certeza não é. Sim, existem cenas de alívio cômica, mas a tendência é a cada momento a trama ir levando o espectador para situações de incômodo e algumas vezes a vestir a carapuça.
O roteiro questiona posições de classes e como está muitas vezes implícito que alguém deve agir de uma maneira ou de outra, tão implícito que o filme muitas vezes nos dá tapas na cara em situações que nunca havíamos percebido o quanto são absurdas. Claro que para muitos, assim como eu, a família representada é um pouco caricata, por não pertencermos a mesma classe que eles, mas existem pessoas assim que não se levantam nem para pegar um copo d'água.
Jéssica, interpretada de maneira incrível por Camila Márdila, veio pra quebrar paradigmas, questionar e nos mostrar o que não queremos enxergar: o Brasil ainda vive em um Apartheid. E ela traz à tona o preconceito enrustido em muitos, assim como aconteceu com Dona Bárbara, vi pessoas no cinema a chamando de "cabeça dura","teimosa" e afins.
Por fim, Regina Casé está estupenda e extremamente realista como Val, tão acostumada a "se por em seu lugar" que não enxerga o quanto isso é errado.
Chorei, senti raiva e me emocionei em tantas partes do filme que não consigo destacar apenas uma cena, mas todo o filme é uma obra prima.
CLASSIFICAÇÃO: MARAVILHOSO
Poster e Ficha Técnica: IMDb
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